Há determinados momentos na nossa vida em que simplesmente paramos, todo o corpo fica imóvel e só a mente dá asas ao pensamento.
Este é um desses meus momentos, onde todos os porquês me invadem sem que consiga alcançar qualquer tipo de resposta para eles. Procuro. Procuro e só vejo uma hipótese, só encontro um lado da moeda - tu. Mas neste momento, agora mesmo que estou rodeado de porquês, não encontro qualquer resposta porque cada vez mais tenho a moeda de dupla face, onde cada vez menos te tenho a ti.
Invadido pelo cansaço da ilusão, perco as forças de continuar, desisto de lutar por ti, de lutar por um nós que nunca existiu.
Mas não, não me posso deixar neste impasse.
Não posso permitir que perca a guerra sem pelo menos ter ido à luta. Não posso baixar os braços. Não me posso render ao cansaço porque no meio de tudo isto existe uma força, uma força que tu me deste, força essa que quero conquistar, que vou amar.
O silêncio pairava ali. Aliás há já muito tempo que naquele lugar apenas se conhecia o silêncio e a escuridão. Não se conheciam paredes nem limites - aquele pequeno lugar era o meu Mundo.
Podia estar em mil e um lugares diferentes num segundo, bastava imagina-los um a um na minha mente. Ali, no meu canto, passava todo o tempo da minha vida, um tempo sem tempo, um tempo sem lugar para existir. Mas num determinado momento, numa fracção desse tempo sem tempo, uma forte luz invadiu este espaço por uma pequeníssima fenda da escuridão e fez-se brilhar. Apartir desse momento já havia noção do tempo e já se fazia conhecer a origem daquele lugar e eu já tinha razão para existir.
Passei anos a tentar perceber esse sonho até ao dia em que te conheci. Até ao dia em que percebi que por detrás daquela luz estavas tu.