A água corre contra a corrente tal como tu corres contra mim. O nervosinho miúdo que o rio transmite quase que se confunde com o que eu sinto aqui e agora, sozinho no meio de tanta gente que também pára para contemplar esta beleza que a natureza e a arquitectura da cidade nos presenteia. Sempre imaginei que este seria um lugar perfeito para partilhar contigo. A nostalgia da noite trás também a tristeza de não te ter aqui, e agora, junto a mim. Questiono-me se terei oportunidade de o fazer. Oxalá permitas que sim. As luzes da noite reflectem-se na água tal como espelho, tal como eu faço, fiz e sempre farei contigo. Permite-me olhar uma vez mais tudo isto, de mãos dadas contigo, bem junto a ti. Preenche-me de novo de ti como até então sempre fizeste. Está nas tuas mãos que da próxima vez que olhe este rio, me veja reflectido, a teu lado.